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domingo, 21 de outubro de 2012

Estudos no Sermão do Monte / parte 8 – Bem aventurados os pacificadores


BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES

 

Baseado em “A Felicidade Segundo Jesus”, de Russel P. Shedd

 

“bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”

(Mateus 5:9)

 

01. Bem aventurados os pacificadores... mas, o que é um pacificador?

a.    De uma maneira bem simples, podemos dizer que pacificador é aquela pessoa que faz e promove a paz.

02. Existem três tipos de paz:

a.    A paz que os homens podem desfrutar com Deus;

b.    A paz que une os homens nos seus relacionamentos;

c.    A paz que transborda do coração do homem que está em paz com Deus.

03. A paz com Deus, obviamente, tem a primazia.

a.    O homem, ao tornar-se pecador, no Éden, foi separado de Deus, e perdeu a paz com Ele. Tornou-se inimigo de Deus. Esta inimizade demonstra-se de duas maneiras mais específicas:

                                  i.    Primeiro ela demonstra-se pela indiferença para com Deus.

1.    O homem não se interessa em buscar um relacionamento vital com Deus.

2.    Vira as costas para o seu Criador e deliberadamente se faz de surdo quando Ele chama.

                                ii.    E segundo, ela demonstra-se mediante a idolatria.

1.    Em vez de adorar o Criador, faz seus próprios deuses e lhes presta honrarias e a devoção devidas somente ao próprio Deus.

b.    Consequentemente, o homem não tem paz com Deus, pois tem sobre si a “ira” desse mesmo Deus, ou, “a manifestação da justiça de Deus”.

                                  i.    Há abundância de textos na bíblia que falam sobre a manifestação da justiça de Divina sobre os pecadores em termos de “a Sua ira” ou “a Sua vingança”.

                                ii.    Um sermão que foi pregado no século XVIII por Jonatham Edwards e que ficou famosos, teve como título “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado”. Leia um pequeno trecho em que ele fala sobre o poder que Deus tem de realizar o seu juízo:

 

Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento. A mão dos homens não é suficientemente forte quando Deus se levanta. O mais forte deles não tem poder para resistir-lhe, e ninguém consegue se livrar de suas mãos.Ele não só pode lançar os ímpios no inferno, como pode fazê-lo com a maior facilidade. Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra grande dificuldade em dominar um rebelde, o qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais poderoso pelo número de seguidores que alicia. Mas com Deus não é assim. Não há força que resista ao seu poder. Mesmo que as mãos se unam, e que enormes multidões de inimigos do Senhor juntem suas forças e se associem, serão todos facilmente despedaçados. São como montes de palha seca e leve diante de um furacão, ou como grande quantidade de restolho perto de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar uma lagarta que se arrasta pelo chão. Achamos fácil também cortar ou chamuscar um fio de linha fino que segura alguma coisa. Então, é simples para Deus, quando lhe apraz, lançar seus inimigos no inferno profundo. Quem somos nós, que imaginamos poder resistir Àquele ante cuja repreensão a terra treme, e perante quem as pedras tombam?[1]

 

                               iii.    Isso deveria nos fazer temer e, literalmente, tremer.

 

c.    Irmãos, Deus é infinitamente santo, e não pode ter comunhão e paz com Ele quem vive na prática do pecado.

d.    Mas – louvado seja Deus! – para solucionar esse problema Deus enviou Jesus, para em seu sangue sermos purificados de nosso pecado e termos paz com Ele.

                                  i.    Agora podemos ter paz com Deus, e,

                                ii.    bem-aventurados são os pacificadores, aqueles que trabalham para que esta paz seja realizada na vida de outras pessoas.

 

04. Nesse sentido:

 

JESUS É O PACIFICADOR EXEMPLAR

 

05. Jesus é o pacificador exemplar porque que ofereceu voluntariamente seu sangue na cruz.

a.    Em 2 Coríntios 5.20, Paulo mostra que agora, por Cristo Jesus, podemos rogar às pessoas que se reconciliem com Deus.

b.    Em Efésios 2.14-16 vemos o mesmo Paulo dizendo que Jesus é a nossa paz, por fazer de judeus e gentios um só corpo, e reconciliar-nos com Deus, por intermédio da cruz, pela qual destruiu a inimizade.

c.    Em Romanos 8.15 lemos que agora podemos chamar Deus de Pai. Isso é possibilitado por Cristo e efetuado pelo Espírito Regenerador, que testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

06. Jesus é o pacificador sem igual. É o modelo a seguirmos.

07. Mas, continuando:

 

TODOS OS QUE, DE ALGUMA FORMA, ANUNCIAM AS BOAS-NOVAS DESSA PAZ EM JESUS, SÃO PACIFICADORES.

 

08. TODOS quantos isso fazem! Independentemente de serem evangelistas, missionários, pastores...

09. Esses são pacificadores no sentido de trabalharem para a promoção da paz entre Deus e os homens através da pregação do evangelho.

10. É isso que a igreja precisa fazer. Essa é a sua missão neste mundo.

11. O Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho foi o palestrante sobre a relevância da igreja na 12ª. Assembléia da COBAP, Convenção Batista Amapaense, na Terceira Igreja Batista de Santana, em 19.11.11. Eis um trecho do que ele escreveu e falou, após discorrer sobre a preocupação da igreja com as questões sociais, sobre a preocupação com o ser relevante através de obras sociais:

 

... O que querem impingir à igreja? Comecemos pela definição de igreja. Evitarei definição formal e rebuscada. Ela é agência do Reino de Deus. É o aspecto visível do Reino invisível. Sua missão é anunciar Jesus Cristo como Senhor sobre todos os homens. Neste sentido ela é relevante. Ela anuncia a mais importante mensagem que o mundo precisa ouvir...

 

Quem transformou mais pessoas que Jesus Cristo? Quem recuperou mais vidas, ao longo da história? Quem tirou mais gente da lama? Trabalhando com pessoas com problemas de álcool e drogas, fiquei conhecendo muito do trabalho dos Alcoólicos Anônimos. É sério e fantástico e tem ajudado muita gente. Os AA não querem entrar em competição com ninguém, sei disso. Mas, com respeito a eles, Jesus fez mais que eles para tirar pessoas do vício.

 

Pessoas que são regeneradas pelo poder do evangelho são novas criaturas. Se a igreja quiser ser mesmo relevante, que pregue Jesus Cristo, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Estamos assumindo um complexo de inferioridade em relação ao mundo, e muitos de nós não cremos mais que pregar Jesus Cristo, o poder de Deus que salva, regenera e muda para sempre é a mais importante coisa que se pode fazer. Em muitas igrejas o louvor é mais importante, e em muitos cenários a igreja é direcionada para o poder político e social. [Mas] Nossa relevância vem daqui, e este é o critério correto: só o evangelho pode transformar pessoas e a sociedade. O resto são folhas de parreira para esconder os resultados do pecado...

 

Neste sentido, nada é mais relevante à igreja que cumprir sua missão, não a descrita pelos missiólogos, mas a estabelecida pelo Senhor Jesus, e bem descrita na Grande Comissão: “Então Jesus chegou perto deles e disse: – Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: Eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.18-20)..

 

Mas recordo uma palavra de A. W. Tozer: “É falsa a concepção de que a primeira missão da igreja é anunciar o evangelho. Sua primeira missão é ser espiritualmente digna de fazê-lo”. Igrejas fracas, sem autoridade espiritual, que pregam um cristianismo folgazão e de entretenimento, divulgarão um evangelho falso. Há muita gente querendo que a igreja seja amigável. Há até um livro com este título, Igrejas amigáveis. Recordo uma frase de Haroldo Reimer: “A igreja não está no mundo para fazer relações públicas, mas para entregar um ultimato”. Ela chama os homens a deporem as armas e se renderem a Cristo. Como disse Douglas Webster: “O pecador não é um coitado, mas um rebelde de armas nas mãos contra Deus”. Ao invés de seguir George Barna, que ela siga Abraão e seja amiga de Deus.

 

Queremos igrejas relevantes? Elas serão relevantes na medida exata em que compreenderem bem para que existem, qual sua missão, qual sua mensagem, e estabelecerem suas prioridades. Evangelismo e missões são suas prioridades. Se elas perderem isto, poderão ser relevantes ao mundo, mas irrelevantes para Deus.[2]

 

12. Pregar o evangelho puro é ser pacificador entre Deus e os homens, porque o homem não poderá realmente estar em paz com Deus enquanto não se render verdadeiramente a Ele por intermédio do Senhor Jesus Cristo.

 

13. Mas há também:

 

OS PACIFICADORES ENTRE OS HOMENS

 

14. Podemos afirmar que não somente os que buscam promover a paz entre Deus e os homens, mas também os que buscam promover a paz entre os homens, estão incluídos nessa bem-aventurança.

15. Entretanto, não devemos confundir pacificar os homens com “apaziguá-los”.

16. Simplesmente apaziguar acaba por promover mais atritos que soluções.

17. E nós somos mestres em apaziguar.

18. Lembro-me de um exemplo trágico de um atrito que foi apenas apaziguado – Aconteceu em Cachoeiro de Itapemirim. Dois homens estavam brigando na porta de um bar. Estavam bêbados. Alguém interferiu apenas separando os dois, acabando com a confusão. E, no ato de separar, um dos que estavam brigando, por ter sido segurado, acabou por levar alguns socos e pontapés. Não houve pacificação, apenas apaziguamento; não houve pedidos de desculpas, reconhecimento de que aquilo era uma besteira e que eles estavam bêbados, e, no outro dia, a confusão resultou em morte por assassinato de um dos envolvidos: o apaziguador.

19. Apaziguar às vezes é bom (no caso acima não foi). Adia um conflito e dá tempo para repensar. Mas pacificar é melhor. É preciso pelo menos tentar. Pode ser que não se tenha sucesso, pois o coração do ser humano tem a capacidade de ser duro como a rocha.

20. Agora, situação trágica é aquela em que os que deviam ser pacificadores estão vivendo em conflito.

a.    É por isso a Palavra exorta contra a inimizade, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e inveja.

b.    E não só exorta contra, mas diz: “Não herdarão o Reino de Deus os que vivem na prática de tais coisas”(Gálatas 5.19-21).

c.    Notem que a Palavra de Deus fala sobre os que vivem nessas práticas.

d.    Temos aqui um sentido de constância.

e.    Mas é possível que, mesmo que não vivamos na prática dessas coisas, sejamos em algum momento apanhados por elas. Vigiemos! Tomemos cuidado!

f.     Falta de paz indica falta de perdão e falta de perdão implica em ser entregue nas mãos dos “atormentadores” – Veja Mateus 18.23-35

21. Precisamos viver a paz e promover a paz. Às vezes não depende só de nós, mas “... no que depender de vós (nós) tenhais (tenhamos) paz com todos os homens”.

22. No E-book de sermões e ilustrações desenvolvido pelo Pr. Walter Pacheco, na janela das ilustrações, há uma ilustração/reflexão bem interessante retirada de uma das edições de O Jornal Batista e que foi escrita por alguém de nome Paulo Pancote Lacerda:

 

Há muitos anos atrás, um comercial de televisão chamou a minha atenção. Nele, os instrumentos de uma orquestra estavam reunidos, cada qual reivindicando para si o direito de ser o principal instrumento do conjunto. Um após outro, piano, violino, flauta, clarineta, violoncelo e todos os outros, citavam suas próprias qualidades e se autoproclamavam os mais importantes na orquestra. Eis que, de repente, alguém grita: "Silêncio, aí vem o maestro!" De súbito, todos se calam, o regente sobe à plataforma e, com um sinal característico, todos se posicionam; sob a sua regência, começam a tocar em verdadeira harmonia. A lição que podemos tirar é evidente. Na igreja, somos os instrumentos de uma orquestra. As nossas paixões, emoções e diferenças, muitas vezes nos levam a quebrar a unidade que temos. Mas diante do maestro, o regente de nossas vidas (que é Cristo), devemos submeter-nos à Sua vontade e direção. - Paulo Pancote Lacerda, em O Jornal batista.

 

23. Vejamos um pouco também sobre:

 

QUALIFICAÇÕES DO PACIFICADOR

 

24. Cito quatro qualificações:

 

a.    É constrangido pelo amor de Deus, ou pelo amor a Deus, por não viver mais para si mesmo, mas para Deus em Cristo.

                                  i.    Isso é muito importante, porque as atitudes das pessoas ou as próprias pessoas às são um incentivo/motivação para o contrário. Mas como nãos são as pessoas e nem as atitudes das pessoas que nos motivam, mas o amor de Cristo...

b.    É promotor de reconciliação entre os homens – Paulo foi um exemplo. Após a sua conversão um anelo do seu coração era ver gentios e judeus se amando e se aceitando. Fez várias coisas para isso. Ele não se contentava só com a existência da doutrina da unidade da igreja, mas também zelava por vê-la posta em prática.

c.    Preocupa-se com o que deveria ser o alvo de todos os homens, que é alcançar a paz com Deus.

d.    O pacificador investe suas energias em solucionar as contendas e em eliminar as hostilidades entre os homens.

 

25. E, por último, consideremos um pouquinho:

 

O GALARDÃO DOS PACIFICADORES

 

26. “Serão chamados filhos de Deus”

27. Pecadores podem se tornar filhos de Deus, e os filhos de Deus pacificadores serão reconhecidos diante dos homens como nascidos de Deus.

28. Mas ser filho de Deus implica em responsabilidades. Quais seriam algumas dessas responsabilidades? Vejamos:

a.    Aceitar o nome do Pai, e isso implica em confissão de Seu nome.

b.    Demonstrar, na aparência e no caráter, alguma semelhança com o Pai.

c.    Amar o Pai.

                                  i.    Isso significa que haverá prazer em se comunicar com Ele e receber mensagens dEle e participar de Suas Obras. Não há como entender a atitude de “crentes” que não buscam a presença de Deus diariamente numa “hora de meditação”, nem querem desfrutar da comunhão com outros membros da família de Deus. “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” (Hb 10.25 – NVI)

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

 

Baseado em “A Felicidade Segundo Jesus”, de Russel P. Shedd



[1] http://www.monergismo.com/textos/advertencias/pecadores_maos_deus_irado.htm

[2] Recebido por e-mail enviado por Pr. Cleber para a lista Pastores e Líderes. Mas pode ser lido integralmente no site do próprio Pr. Isaltino: http://www.isaltino.com.br/2011/11/igrejas-em-busca-de-relevancia/#more-2167

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