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sábado, 25 de agosto de 2012

Estudos no Sermão do Monte - parte 3 - Bem Aventurados os que Choram


BEM AVENTURADOS OS QUE CHORAM
 
 
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”
(Mateus 5:4 RC)
Extraído/resumido/adaptado de “Estudos no Sermão do Monte” – Martyn Lloyde-Jones – Ed. Fiel / Outras fontes: A Felicidade Segundo Jesus (Russel Shedd); Últimas Palavras de Grandes Homens (Alexander Seibel – Site chamada.com.br)

01. Chegamos agora à segunda das bem-aventuranças proferidas por Jesus.
02. Essa bem-aventurança destaca-se de imediato por caracterizar o crente como alguém inteiramente diferente daquele que não é crente, daquele que pertence a este mundo. O mundo consideraria esta declaração – bem-aventurados os que choram – como inteiramente ridícula, pois uma das coisas que o mundo mais procura evitar é a necessidade de chorar. A organização da vida, em todos os seus aspectos, a mania pelos prazeres, a busca pelo dinheiro, a energia e o entusiasmo despendidos na tentativa de entreter as pessoas, são expressões desse alvo do mundo de evitar essa idéia da necessidade de chorar.
03. Não obstante, o que Jesus diz é que “felizes são os que choram”; estes é que são verdadeiramente felizes.
04. Fica evidente que temos aqui algo inteiramente espiritual em seu significado.
05. Jesus não disse que aqueles que choram por alguma tristeza, como a morte de um parente por exemplo, é que são felizes. O que está em pauta aqui é aquilo que se pode chamar de tristeza espiritualmente provocada. (Veja 2 Co. 7.9-10)
06. Conforme já vimos, tal atitude jamais será encontrada no mundo perdido, entretanto, verdade é que tal atitude já não se encontra mais muito evidente na igreja de hoje, e isso é grave. Temos que admitir com pesar que a igreja de hoje não se encontra tão em ordem como ela deveria estar, e talvez isso seja a causa de ela não estar exercendo um impacto maior sobre a vida das pessoas.
07. Qual a razão, ou quais as razões de isso não ser mais tão evidente na igreja?
08. Talvez sejam várias as causas, mas uma delas é, certamente, um defeituoso senso de pecado, uma incompreensão da seriedade do mesmo ou até uma indiferença quanto a essa seriedade.
a.    Se estamos por perto quando uma pessoa é atropelada e morre dessa forma trágica, quase morremos junto.
b.    Mas todos os dias convivemos com pessoas que estão mortas em seus pecados, que estarão condenadas a viver eternamente no inferno caso não se arrependam, e não derramamos uma lágrima por elas, não as ajudamos e às vezes com as nossas atitudes até as empurramos para mais dentro do inferno.
c.    Deveríamos pensar mais nisso; deveríamos olhar para as pessoas ainda inconversas e pensar nelas sendo precipitadas no lago de fogo e enxofre e ali permanecendo, vivas, em sofrimento, por toda a eternidade. Talvez assim agonizássemos em oração por elas.
09. Mas se estamos ignorantes ou indiferentes quanto à seriedade do pecado, não nos preocuparemos em nos afastar para bem longe dele, em aborrecer até a roupa manchada por ele, e, conseqüentemente não daremos um bom testemunho.
10. Também, se estamos ignorantes ou indiferentes quanto à seriedade do pecado, não nos preocuparemos e não nos empenharemos muito em evangelizar os perdidos, em lutar pela conversão sincera deles.
11. A igreja precisa reaprender o valor de agonizar, o valor das lágrimas.
12. A igreja precisa de mais lágrimas.
13. Mas que lágrimas são essas? O que significa esse chorar? O que Jesus quis dizer com essa bem-aventurança?
14. Penso que talvez duas coisas sejam as principais. Façamos então essas duas considerações.

A primeira consideração é que esse “choro” resulta do fato de ser alguém “humilde de espírito”.
 
15. O lamento é uma expressão que toma conta da verdadeira humildade de espírito.
16. Recordemos alguma coisa que vimos no Domingo passado sobre ser humilde de espírito:
 
ser humilde de espírito é reconhecer que diante de Deus nada somos, é reconhecer, como disse Dietrich Bonhoefer, a nossa falência espiritual, é reconhecer o quão nulo nós somos diante de Deus, o quão pobres, o quão miseráveis somos, reconhecer a nossa inteira dependência da misericórdia e da graça de Deus. Não há nada em nós, e nem temos nada, absolutamente nada, nenhum de nós, que possamos oferecer a Deus para nos fazer merecer um mínimo sequer de Sua atenção, quanto mais as insondáveis bênçãos com as quais Ele nos abençoa – Tudo o que Deus nos dá, tudo o que Ele faz por nós e até tudo o que Ele recebe de nós, é inteiramente por causa de Sua graça, Seu amor Sua misericórdia. Reconhecer e sentir isso sinceramente é que é ser humilde de espírito
 
17. Irmãos, em nós mesmos, diante de Deus, nada somos. E quando contemplamos, de verdade, a Deus e a Sua santidade, e em seguida contemplamos a vida que se espera que nós vivamos como servos desse Deus, só nos resta chorar.
a.    Somos, em nós mesmos, incapazes de viver tal vida.
b.    Somos pecadores!
c.    Li há algum tempo um livrinho onde o autor em certa parte nos chama a atenção para uma verdade: Nós não somos pecadores porque pecamos; nós pecamos porque somos pecadores.
18. Ser pecador é nossa condição, faz parte da nossa natureza.
19. Quando nos tornamos humildes de espírito, reconhecemos isso, e só nos resta chorar, lamentar, porque, enquanto aqui, essa condição não irá mudar. Mesmo que nos fosse possível alcançar uma graça tal que nunca mais cometêssemos um “pecadinho” sequer, ainda assim seríamos pecadores.
20. Pensando bem, então, esse choro é, dentre outras coisas, por causa da nossa condição de pecadores, condição essa que sempre nos leva a cometer de novo, e de novo, e de novo erros diante de Deus e dos homens. Mas não é pura e simplesmente por causa dessa condição; essa condição só me incomoda porque agora eu sou uma nova criatura; antes eu era indiferente a isso, mas agora não...

A segunda consideração é que esse choro, o choro do verdadeiro crente, é por causa da condição em que estão aqueles pecadores que ainda não se renderam a Jesus e a condição do mundo por causa de muitos desses ainda não redimidos.
 
21. Todos somos pecadores.
22. Mas existe uma diferença entre uns e outros.
a.    Uns são pecadores redimidos e outros ainda não;
b.    uns são pecadores salvos pela maravilhosa graça de Jesus e outros ainda estão perdidos, sujeitos a uma eternidade em sofrimento infernal.
23. O crente não pode ser indiferente a isso; seus olhos não podem continuar enxutos ao contemplar a situação espiritual miserável em que bilhões estão vivendo. E seus olhos não podem continuar enxutos diante da condição de miséria em todos os sentidos que se tem abatido sobre muitas pessoas e muitos lugares por causa do pecado em si e por causa de muitos desses que ainda não se renderam a Cristo.
24. Comentar João 11. 35 – Qual o motivo de choro de Jesus? Creio que um deles é por causa do que o pecado fez com as pessoas.
25. Veja Mateus 23.37 – Jesus podia simplesmente virar as costas para Jerusalém e lavar as suas mãos. Profetas estiveram ali, o próprio Jesus desenvolveu ministério entre eles... mas Jesus lamentou a situação...
26. Veja Apocalipse 7.9-17 – Que beleza, não? Agora veja Apocalipse 20.15.
27. A igreja precisa de mais lágrimas. A igreja precisa ser mais dedicada na evangelização. A igreja não pode ficar ensimesmada, precisa voltar os olhos para o mundo.
__________________
 
28. Tendo considerado as lágrimas, a razão das mesmas, passemos agora a considerar o consolo, porque Jesus não apenas disse “bem aventurados os que choram”; ele disse também “porque serão consolados”
29. Bem, já que pensamos apenas em duas coisas principais ao tratarmos do choro – o fato de sermos pecadores e pelos pecadores ainda não redimidos e a situação do mundo devido a isso – vamos pensar no consolo divino tendo em vista essas duas coisas principais.
 
30. QUANTO À PRIMEIRA, podemos fazer um contraste entre duas histórias contadas por Jesus, a história do rico e Lázaro que está em Lucas 16.19 ss., enfatizando a situação do rico, e a história do filho pródigo, que está em Lucas 15.11 ss.
31. O homem que realmente chora por causa de seu estado e condição pecaminosos é o homem que haverá de arrepender-se, e o homem que se arrepende verdadeiramente, como obra do Espírito Santo, é o homem que será conduzido aos pés de Jesus e redimido. Esse homem continuará pecador, ainda que não vivendo na prática do pecado, e continuará lamentando o fato de ser um pecador, mas o consolo de Deus estará sempre presente no seu coração, porque ele sabe que foi redimido por Cristo, ele sabe que há uma glória vindoura, ele sabe que raiará um dia em que Cristo retornará, banirá o pecado para sempre e haverá “novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça”.
32. Por outro lado, que esperança, que consolo pode ter o homem que não acredita nessas realidades? Que consolo ele terá quando todas as demais fontes de consolo temporário se dissiparem?
33. Alexander Seibel escreveu sobre “Últimas Palavras de Grandes Homens”. Veja a atitude alguns grandes, incrédulos e até ateus, em seu derradeiro momento, quando se lhes dissiparam todas as fontes de consolo temporário, nas palavras de Seibel:
a.    VOLTAIRE, o famoso zombador, teve um fim terrível. Sua enfermeira disse: “Por todo o dinheiro da Europa, não quero mais ver um incrédulo morrer!” Durante toda a noite ele gritou por perdão.
b.    DAVID HUME, o ateu, gritou: “Estou nas chamas!” Seu desespero foi uma cena terrível.
c.    De NAPOLEÃO escreveu seu médico particular: “O imperador morre solitário e abandonado. Sua luta de morte é terrível.”
d.    CESARE BORGIA, um estadista: “Tomei providências para tudo no decorrer de minha vida, somente não para a morte e agora tenho que morrer completamente despreparado.”
e.    TALLEYRAND: “Sofro os tormentos dos perdidos.”
f.      CARLOS IX (França): “Estou perdido, reconheço-o claramente.”
g.    MAZARINO: “Alma, que será de ti?”
h.    HOBBES, um filósofo inglês: “Estou diante de um terrível salto nas trevas.”
i.      SIR THOMAS SCOTT, o antigo presidente da Câmara Alta inglesa: “Até este momento, pensei que não havia nem Deus, nem inferno. Agora sei e sinto que ambos existem e estou entregue à destruição pelo justo juízo do Todo-Poderoso.”
j.      GOETHE: “Mais luz!”
k.    NIETZSCHE: “Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens.”
l.      LÊNIN morreu em confusão mental. Ele pediu pelo perdão dos seus pecados a mesas e cadeiras.
m.   CHURCHILL: “Que tolo fui!”
n.    YAGODA, chefe da polícia secreta russa: “Deve existir um Deus. Ele me castiga pelos meus pecados.”
34. Agora vejamos só mais um exemplo, para contrastarmos com os acima. É o exemplo de Estevão, e se encontra em Atos 6.7-60.
35. Mesmo neste mundo, embora gemendo, o crente é feliz, por causa da esperança que rebrilha no seu horizonte. Ele tem esperança final na eternidade. Na eternidade seremos total e inteiramente bem-aventurados, nada havendo que possa “estragar” a nossa vida. Tristeza e suspiros não mais existirão; todas as lágrimas serão enxutas; haverá só regozijo.
 
36. QUANTO À SEGUNDA, o choro por causa da condição daqueles que ainda não se renderam a Jesus, o choro pelos desviados e pecadores endurecidos,
a.    somos consolados por sabermos que Jesus se preocupa, muito mais do que nós, com eles.
b.    E seremos consolados quando, por termos sido fiéis na obra que o Senhor deixou para nós, vermos o fruto do nosso trabalho, vermos muitas dessas pessoas se rendendo a Cristo.
c.    Seremos consolados quando ao chegarmos na glória encontrarmos uma multidão inumerável de pessoas que foram salvas por Jesus, e talvez até algumas que não imaginávamos, para surpresa e alegria nossa.
d.    E também somos consolados de uma maneira que às vezes nem compreendemos. A paz de Deus que inunda o nosso coração é tão grande que excede toda a capacidade de compreensão humana.
_________________________

“Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima.”
 (Apocalipse 7:16-17 RC)

“E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.  Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” (Apocalipse 21:1-7 RC)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Todos os que creem recebem perdão


 
TODOS OS QUE CREEM RECEBEM PERDÃO
 
“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” – Atos 10.43
 
01. Confesso que não gosto da história a seguir, mas conto-a mesmo sem gostar:
 
Um árabe nômade estava dentro de sua tenda ao sol da Palestina. Entra um garoto adolescente e se refugia através dele chorando. Em seguida, vem uma multidão com pedaços de paus e facas. Abriram a portinha da tenda e disseram: “dá-nos esse garoto porque ele é assassino”. O árabe diz: “mas há uma lei entre nós que diz que quando um assassino se refugia numa tenda e o dono da tenda lhe dá abrigo ele está absolvido. E eu me compadeci desse garoto e quero perdoar-lhe”. E o garoto tremia... Mas disseram: “Você lhe quer perdoar porque não sabe o que ele fez e nem quem ele matou”. E o homem falou: “Não importa, eu quero perdoá-lo”. Os homens então afirmaram: “Ele matou Teu filho. Vá ver o corpo sangrando na areia ali fora”. O homem caiu num profundo silêncio, e enxugando depois as lágrimas, disse: “Então eu vou criá-lo como se fosse o meu filho, a quem ele matou”
 
02. Uma história chocante, não?
03. Às vezes eu observo algumas coisas que acontecem em filmes ou novelas e digo pra mim mesmo ou pra quem estiver comigo que “isso só acontece em filmes, ou novelas”.
04. Quanto à atitude do árabe da história acima, bem podemos ficar pensando também que “isso só acontece em histórias”. Ou você seria capaz de fazer o que o árabe fez?
05. Acho que alguns talvez sejam, na íntegra, e outros até certo ponto, mas muitos teriam atitude totalmente diferente.
06. Mas essa é uma história que ilustra bem
a.    aquilo que nós fizemos através do nosso pecado
b.    e o que Deus fez conosco.
c.    Nós matamos a Cristo, ou, ele morreu por nossa causa,
d.    mas, mesmo assim Deus está disposto a nos perdoar e nos receber como seus filhos. Aliás, essa foi a razão da morte de Jesus.
07. Todos os que crêem em Cristo recebem perdão dos pecados.
08. Eu escolhi Atos 10.43 para dizer isso a você hoje, mas há muitos outros trechos das Sagradas Escrituras que poderiam ter sido escolhidos.
09. Aliás, a Bíblia como um todo se ocupa em nos anunciar isso: somos pecadores, afastados de Deus, mas em Cristo há perdão.
10. No Dicionário Bíblico Almeida encontramos sobre o perdão:
a.    O que é: Abandono de ressentimento e de desejo de vingança em relação a um ofensor.
b.    O que é necessário da parte do ofensor: Para que o perdão seja completo, o ofensor deve confessar-se arrependido... [e, acrescento porque Deus assim o diz em Sua Palavra, crer]
c.    O resultado: O resultado do perdão é o restabelecimento da amizade entre as partes.
d.    Por que Deus perdoa os nossos pecados: Deus perdoa os nossos pecados porque Jesus pagou por eles.
11. Ouvi alguém dizer algo muito interessante certa vez: Perdoar significa abrir mão do direito de julgar.
12. E é isso mesmo!
a.    Deus tem todo o direito de nos julgar e nos condenar,
                                  i.    mas Ele quer nos perdoar,
                                ii.    nos absolver,
                               iii.    nos levar de volta à comunhão com ele,
                               iv.    transformar-nos segundo a imagem de Seu Filho Jesus,
                                v.    fazer habitar em nós o Seu Santo Espírito,
                               vi.    tornar-nos participantes de Sua natureza e dar-nos herança celestial.
13. Tudo isso pastor?
14. Sim tudo isso e muito mais.
15. Mas você precisa crer.
16. Como Cornélio, chefe de um grupo de cem soldados da milícia romana cuja conversão levou Pedro a dizer o que lemos em Atos 10.43, você precisa, arrependido, crer em Jesus e recebê-lo, pela fé, como Salvador e Senhor.
17. Todos os que creem recebem perdão.
18. Todos os que creem são recebidos por Deus como filhos.
19. Todos os que creem são salvos por Jesus e viverão eternamente com Deus.
20. Todos os que creem se tornam herdeiros juntamente com Cristo das riquezas celestiais.
21. Você já crê?
22. Você já é de Jesus?
 
Pr. Walmir Vigo Gonçalves

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Vós sois… para…


        VÓS SOIS... PARA...

 

“Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe. 2:6-9 RC)

 

Diz-nos uma história que dentro de um antigo baú empoeirado se encontrava, entre algumas bugigangas, uma pequena moeda. Estava escurecida e desgastada pelo tempo e tudo indicava que havia sido muito manuseada. Contudo, nada era sabido sobre o seu valor e há muito já fora esquecida. Um dia, porém, o baú foi aberto e, após ser vasculhado, ela foi encontrada. O homem que a descobriu levou-a primeiramente a um economista para que fosse examinada. Este, ao ver a moeda, negligenciou-a. Afirmou a sua antigüidade, mas desprezou o seu valor.

Não conformado com a avaliação feita, o dono da moeda se dirigiu a um conhecido especialista em raridades. Ao apresentá-la, pôde perceber de imediato, nas feições do homem, certo ar de interesse e curiosidade. Da moeda foi retirada toda a escória e o seu brilho ressurgiu. Após uma detida análise, o especialista voltou-se para ele e declarou ser ele possuidor de uma peça de imenso valor, uma rara moeda de ouro, na verdade, um exemplar único.

Outra história diz de um rei que tinha tudo, menos felicidade. Além desta, nada mais lhe faltava. Seu país estava em paz. E, no entanto, ele não era feliz. Quando todas as possíveis medidas falharam, seus amigos resolveram experimentar o conselho de um sábio. Este sugeriu que o rei usasse uma camisa do homem mais feliz do reino. Pouco tempo depois, o homem foi encontrado. Contudo, o problema permaneceu sem solução, pois o homem não possuía uma camisa sequer. Um tinha “tudo”, mas não felicidade; o outro nada tinha, nem uma camisa, mas o tesouro precioso que é a felicidade não lhe faltava.

            No nosso texto inicial, 1 Pedro 2.6-9, vemos que somos possuidores de uma grande riqueza. Existem pessoas desobedientes, para as quais Jesus se constitui em uma Pedra de tropeço, mas nós somos:

           

·         Geração eleita (ou raça eleita) – Somos um grupo de pessoas que têm uma vida em comum, em Cristo, e somos um grupo de pessoas que têm uma descendência comum – todos nascemos de novo em Cristo, e esse novo nascimento em Cristo fez de todos nós filhos de Deus;

·         Sacerdócio real – fazemos parte de um reino em que cada cidadão serve como sacerdote...;

·         Nação santa – somos um grupo de pessoas a quem Deus, em Cristo, purificou e está purificando e a quem Deus, em Cristo, separou e está separando;

·         Povo adquirido (ou povo de propriedade exclusiva de Deus) – Fomos remidos por Deus, em Cristo, e, portanto, pertencemos a Deus. Isso significa que Deus nos levará para um “bom lugar”, mas significa também que não podemos agir como melhor nos pareça... Nosso ser é, agora, como disse alguém, “localidade da glória de Deus”;

·         Pessoas a quem Deus chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.

 

Qual a razão de Deus nos ter nos tornado nesse povo, nessas pessoa? A razão está no próprio texto, na parte que diz:

 

“... para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou...”.

 

Disse alguém, acertadamente, que “Um privilégio envolve responsabilidades: o povo de Deus deve tomar a peito a sua tarefa..., a saber, a declaração das excelências (dos feitos admiráveis, das grandezas) de Deus, que os chamou das trevas do paganismo para a maravilhosa luz da salvação. Isso pode ser comparado com as palavras de Jesus: ‘Vós sois a luz do mundo... Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens...”.

            O texto não fala sobre um grupo especial de crentes. Fala sobre todos os crentes, e, portanto todos os crentes são responsáveis por anunciar os feitos admiráveis de Deus, especialmente a salvação que Ele proveu em Cristo. Sem importar qual o grau de conhecimento, de intelectualidade que possuímos, temos que anunciar “enquanto vamos”, segundo Deus nos concede... É Deus quem dá o crescimento, mas nós somos responsáveis por lançar a semente. Não temos o poder de converter ninguém, mas é nossa responsabilidade anunciar... especialmente pelo testemunho de uma vida santa, dedicada a Deus...

           

            Repetindo e finalizando:

 

            Vós sois:

 

·         Geração eleita (ou raça eleita)

·         Sacerdócio real

·         Nação santa

·         Povo adquirido (ou povo de propriedade exclusiva de Deus)

·         Pessoas a quem Deus chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz

 

Para que:

 

·         Anuncieis as virtudes, as excelências, os feitos admiráveis, as grandezas de Deus.

 

No Senhor,

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

domingo, 12 de agosto de 2012

II Pedro – parte 4/4

II PEDRO

Parte 4/4

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

www.prwalmir.blogspot.com.br

prwalmir@hotmail.com

 

 

 

Observação:

 

O fato de eu citar vários autores não significa que eu considere corretos todos os seus escritos e nem que eu os esteja recomendando.

 

QUE PESSOAS NOS CONVÉM SER?

(3:1-18)

 

 

1.    Depois de abordar sobre o verdadeiro conhecimento em contraste com o falso, e sobre os falsos mestres, Pedro passa a abordar sobre a “Parousia” (a Segunda vinda de Cristo) e sobre como devemos nos comportar diante desse fato.

2.    Dessa maneira, Pedro está novamente falando contra os hereges gnósticos, apontando um de seus erros doutrinários centrais: a negação da Segunda vinda de Cristo, e, também, encorajando os seus leitores cristãos, despertando-lhes o ânimo sincero. Vamos dividir este capítulo em três partes também, a exemplo do capítulo anterior.

 

 

I. A Negação de Sua Vinda.

3:1-4

 

 

1.    Nos quatro primeiros versículos deste capítulo, Pedro fala sobre as pessoas que negavam a vinda de Cristo.

2.    No v. 4 ele expõe o argumento utilizado pelos hereges de sua época para defenderem sua tese. Eles usavam o argumento de que ano se sucedia a ano e nada de novo acontecia, desde a antiguidade, e, se assim era, por que essas coisas extraordinárias apregoadas pelos cristãos, como a segunda vinda de Cristo, da maneira como ela é apresentada, haveriam de acontecer?

3.    Pedro diz que estes homens, que assim pensavam e apregoavam, não eram mais que escarnecedores que andavam segundo suas próprias concupiscências.

4.    Hoje também existem muitos que negam a Segunda vinda de Cristo e tudo o mais relacionado a ela. Tomemos cuidado também, para não perdermos de vista a esperança da volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

 

II. A Certeza de Sua Vinda.

3:5-10

 

 

1.    Pedro passa a mostrar algumas coisas que aqueles hereges estavam ignorando:

a.    Deus, pela Sua Palavra trouxe à existência, desde a antiguidade, os céus e a Terra. A Terra foi tirada da água e no meio da água subsiste, diz o v. 5. Há alguma considerações que já foram feitas por homens estudiosos sobre este versículo, mas, para nós, interessa aqui a demonstração do poder de Deus (Leia Gênesis 1). Aqueles escarnecedores estavam ignorando o poder que Deus tem de levar a cabo todos os seus projetos.

b.    Eles ignoravam também o fato de Deus ter anunciado e ter destruído o mundo antigo, pelas águas do dilúvio.

 

2.    Isso, e outras coisas mais, eles ignoravam voluntariamente, deliberadamente, porque eles bem sabiam sobre estas coisas.

3.    Após falar sobre a destruição do mundo antigo pelo dilúvio, Pedro diz que haverá outra destruição, de uma maneira diferente: pelo fogo. “A mesma Palavra que criou a criação original e a levou à destruição no dilúvio e estabeleceu uma nova ordem de coisas após o dilúvio, levará essa nova ordem a juízo, bem como os homens ímpios”.[1]

 

 

4.    Alguns tinham, e têm, essas promessas como tardias. Mas elas não são tardias; elas ainda não se cumpriram porque estamos sob a longanimidade de Deus, e, ademais, para Deus um dia é como mil anos, e mil anos como um dia, isto é, para Deus não existe “tempo”, o tempo é “relativo”.

5.    “Mas o dia do Senhor virá”, diz Pedro. E virá da mesma maneira como vem o ladrão de noite, ou seja, inesperadamente, repentinamente. E então, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra e as obras que nela há, se queimarão”.

6.    A vinda de Jesus, com tudo o que a acompanha, é certa, creiam os homens, ou não.

 

 

III. Vivendo Para a Sua Vinda.

3:11-18

 

 

1.    Pedro passa agora a fazer uma aplicação ética da doutrina da Segunda vinda de Cristo.

2.    Nos vs. 11 e 12 temos uma boa pergunta: Que pessoas nos convém ser?

3.    Antes de dar a resposta, Pedro faz uma observação: “Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra em que habita a justiça”, e depois responde:

a.    Devemos procurar que dele sejamos achados imaculados, irrepreensíveis e em paz – Com isso, Pedro conclama seus leitores a agirem de modo diferente dos gnósticos. O crente não pode caracterizar-se por uma vida maculada moralmente, e nem se tornar repreensível, isto é, dar razão para condenações justas. E deve também procurar viver em paz (quando e o quanto estiver nele).

b.    Devemos nos lembrar que fomos alcançados pela longanimidade do Senhor, e por isso somos salvo – Pode estar em foco aqui, também, a exortação a que sejamos diligentes na evangelização, considerando o tempo de espera como uma oportunidade para que outros sejam salvos. Paulo também ensinava assim.

c.    Devemos nos cuidar contra o engano de homens abomináveis, para não cairmos de nossa firmeza.

d.    Devemos crescer na graça e conhecimento de Nosso senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

4.    Que pessoas nós devemos ser? Pessoas espirituais, cuja pátria está nos céus, e que hajam de conformidade com esse fato.

5.    Pedro termina, então, essa carta, com uma doxologia: “A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade”.

6.    Até nessa doxologia, no final da carta, Pedro mostra a transcendência de Deus sobre tudo, inclusive o tempo. Ele fala de DIA da eternidade, ou dia eterno. Agostinho assim se expressou: “Trata-se de um dia, mas de um dia eterno, sem ontem que o anteceda, e sem amanhã que o siga; não será produzido pelo sol natural, que então não mais existirá, e, sim, por Cristo, o Sol da Justiça”[2]

 

 

7.    A esse Deus transcendente devemos dar glória através de nossos louvores, e, mui especialmente, através de nossa vida.

 

 

CONCLUSÃO.

 

 

1.    Para concluir esse estudo, quero apenas relembrar algumas coisas que estudamos:

a.    Essa carta de Pedro foi escrita para combater heresias que proliferavam na época, propagadas pelos gnósticos.

b.    Pedro se identificou como douloz (doulos = servo, ou, literalmente, escravo), alguém que não tem vontade própria independente da vontade de seu senhor.

c.    Pedro também se identificou como Apóstolo, o que mostra a autoridade de suas palavras.

d.    Os destinatários eram todos que haviam alcançado fé igualmente preciosa.

e.    Pedro destaca, no capítulo 1, o verdadeiro conhecimento. Em contraste com o ensinamento dos gnósticos, Pedro diz que o verdadeiro conhecimento gera transformação. Leia o v. 4. Esse v. fala sobre o sermos participantes da natureza divina. Leia também estes outros textos: Romanos 8:29; II Coríntios 3:18; Efésios 3:14 e 19b. Se, de alguma maneira, Deus nos torna participantes de Sua natureza, temos que agir segundo essa natureza. Agora leia os vs. 5-9.

f.     No capítulo 2, Pedro fala sobre os falsos mestres. Estes, sempre existiram, e sempre existirão; sempre foram e sempre serão seguidos por muitos; e, também, estes já têm a sua perdição decretada por Deus. Os falsos mestres se ocupam de introduzir, sutilmente, heresias de perdição, de negar o Senhor Jesus Cristo, e outras coisa mais. Em 2:10-19, Pedro faz uma descrição deles. Eram, e são, verdadeiras pragas, os falsos mestres.

g.    No capítulo 3, Pedro fala sobre a Segunda vinda de Cristo. Os hereges negavam isso com argumentos absurdos, mas Pedro mostra que a vinda do Senhor é certa, e, por isso, nós que esperamos essa vinda, temos que procura viver uma vida imaculada, irrepreensível e em paz. Temos que nos guardar contra esses homens abomináveis, e procurar crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (Leia todo o capítulo 3).

2.    Amados irmãos, terminamos aqui o nosso estudo sobre essa carta que tem preciosas lições e preciosos alertas para nós. Espero que todos tenhamos aproveitado bastante desses estudos. Que Deus vos abençoe a todos!

 

 



 

[1] CHAMPLIN, R. N. – “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” – Vol. 6: Tiago- Apocalipse. 10ª reimpressão, São Paulo, Editora Candeia, 1998. Comentário extraído

 

da p. 207.

 

[2] AGOSTINHO, citado por R. N. Champlin, em “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” – Vol. 6: Tiago-Apocalipse. 10ª reimpressão. São Paulo, Editora Candeia,

 

1998. Comentário extraído da p. 214.