Faça aqui uma busca do que você quer

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

II Pedro – parte 1/4

II PEDRO

Parte 1/4

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

www.prwalmir.blogspot.com.br

prwalmir@hotmail.com

 

Observação:

 

O fato de eu citar vários autores não significa que eu considere corretos todos os seus escritos e nem que eu os esteja recomendando.

 

 

INTRODUÇÃO

 

1.    Esta carta, atribuída, ainda que com algumas dificuldades, a Pedro, foi escrita, sem sombra de dúvidas, para combater heresias que se proliferavam na época.

 

“A palavra heresia vem do grego “haíresis”, e significa, basicamente, falso ensino, ou seja, uma exposição doutrinária que não condiz com a verdade Bíblica; uma abordagem distorcida e pervertida do Cristianismo bíblico. Assim, nem todo aquele que fala heresia é membro de uma seita, mas todo membro de uma seita fala heresia.” [1]

 

 

2.    Havia uma seita herética chamada Gnosticismo que, dentre as muitas heresias, ensinava a licenciosidade moral como meio de enfraquecer e degradar o corpo. O seu pensamento era de que toda matéria é má em si mesma, e, sendo o corpo matéria, ele é a sede do princípio do pecado, e precisa ser destruído. Também os gnósticos negavam a Cristo e desafiavam a autoridade de Deus.

3.    É exatamente esta seita, com estas e outras linhas de pensamento, que esta carta está combatendo.

4.    Vamos tentar estudá-la da forma mais clara possível, e tirando o máximo de proveito que pudermos.

 

SAUDAÇÃO (1:1, 2)

 

1.    A carta começa com uma saudação.

2.    Nessa saudação, o autor é identificado como sendo Simão Pedro, o “servo” e “apóstolo” de Jesus Cristo.

3.    Pedro se identifica como sendo “servo” de Jesus Cristo. No Grego bíblico, servo é douloz (doulos), literalmente: “ESCRAVO”.

4.    Isso é muito significativo, é um exemplo, vindo de um apóstolo (e Paulo assim também se considerava – v. Rm.1:1), sobre como deveria ser o nosso comportamento em relação a Deus.

5.    Todos sabemos que um escravo é alguém que não tem o direito de agir segundo sua própria vontade, senão segundo a vontade de seu senhor (pelo menos em sentido geral). Pedro era assim, totalmente consagrado ao Senhor. A vontade do Senhor, e não a dele, é que era suprema em sua vida.

6.    Pedro também se identifica como apóstolo, como, de fato, o era. Identificando-se assim, ele estaria mostrando para os crentes a quem ele endereçou sua carta, que aquilo que estava sendo apregoado pelos hereges, era contrário aos ensinamentos e exigências morais dos apóstolos.

7.    Milton, citado por Champlin, escreveu esta frase: “Tudo é, se eu tiver graça para assim usá-la, feito como quem está sob o grande olho do grande Mestre”[2] . Que seja assim conosco também.

 

 

8.    A seguir, ainda no v.1, Pedro mostra quem são os destinatários da carta: pessoas que também haviam alcançado, como os apóstolos, a fé pela, ou na justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.

9.    Pedro diz, nessa frase, que essa fé, a mesma que os apóstolos tinham, livre das heresias gnósticas, é preciosa. Vamos pensar um pouquinho sobre a preciosidade da fé:

a.    A Fé traz a remissão dos pecados (At. 10:43); a justificação (Atos 13:39; Romanos 5:1; Gálatas 2:16); a santificação (Atos 15:9; 26:18;); a luz espiritual (João 12:36, 46); a vida espiritual (João 20:31 e Gálatas 2:20); a vida eterna; o descanso celestial (Hb. 4:3); o acesso a Deus (Rm.5:2; Ef.3:12); etc.;

b.    A fé é um dos aspectos do fruto de Espírito Santo (Gl. 5:22);

c.    A fé é o guia da vida espiritual (Rm.1:17 e Hb.10:38);

d.    Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6);

e.    A fé é necessária para a guerra espiritual bem sucedida (I Tm.6:12)...[3]

 

10.  A lista acima não esgota os aspectos por causa dos quais a fé é preciosa. Coloquei-os apenas como alguns exemplos para enfatizar a preciosidade da fé.

11.  No versículo 2 temos a saudação propriamente dita.

12.  É comum, nas epístolas, o desejar a graça e a paz. A diferença neste caso aqui, é que Pedro deseja graça e paz, porém vinculadas ao conhecimento de Deus e do Senhor Jesus.

13.  A palavra usada aqui, e que foi traduzida por conhecimento, é epignõsis, e indica pleno conhecimento.

 

“Pedro ora, pedindo pleno conhecimento – epignõsis – em contraste com o conhecimento, gnõsis, que era reivindicado pelos gnósticos. Ele orou por uma multiplicação da graça e da paz no âmbito do pleno conhecimento, que tem o seu alicerce em Deus e no Senhor Jesus Cristo” [4].

 

 

14.  Você tem buscado conhecer plenamente ao seu Deus?

15.  O profeta Oséias já dizia: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva a sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra”(6:3)

16.  No conhecimento pleno do Senhor nosso Deus certamente encontraremos a paz, e muita graça, graça sobre graça.

17.  Que Deus nos permita conhecê-lO assim!



[1] Gomes, Joselito Moraes – Lição n º 1 da Revista Educação Cristã, volume VIII: “Entendendo as Religiões Hoje”. São Paulo, editora SOCEP.

 

[2] MILTON, citado por R. N. Champlin em o “Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 6: Tiago – Apocalipse, p.176. 10ª reimpressão, São Paulo – SP, editora Candeia, 1998. 666 p.

[3] CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 5: Filipenses – Hebreus, p.618. 10ª reimpressão, São Paulo – SP., editora Candeia, 1998. 670 p.

[4] SUMMERS, Ray, em Comentário Bíblico Broadman: Novo Testamento, p.207. Editor Geral: Clifton J. Allen. Tradução de Adiel Almeida de Oliveira. 3ª ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1990. Vol. 12. 458 p.

                                                                                                                                                                             

Nenhum comentário:

Postar um comentário